Quando começa o ano, muita gente já pensa em pegar a estrada ou um avião para aproveitar as férias. Porém, essas viagens podem causar alguns desconfortos – em trajetos curtos, por exemplo, de 20% a 50% das pessoas têm diarreia.
Como explicou a infectologista Rosana Richtmann, para evitar isso, é preciso beber muita água, optar por uma fruta, como uma maçã, se quiser comer algo ao viajar e ainda ter na mala um álcool gel ou um hipoclorito de sódio.
Fora a diarreia, o enjoo e mal-estar também são reclamações muito comuns – de acordo com o professor de medicina Cláudio Ricardo de Oliveira, da Universidade de São Carlos, interior de São Paulo, o enjoo acontece porque o cérebro tem que interpretar informações diferentes do que está processando e vivendo.
Então, essas informações chegam conflituosas e levam a sintomas como sudorese, náuseas e mal-estar dentro do veículo. Uma das dicas para prevenir é evitar comer muito antes de viajar, como alertou o especialista na reportagem do Rafael Castro.
Outra medida que pode ajudar é viajar no banco da frente, o que reduz o risco de mal-estar, como explicou o otorrinolaringologista Agrício Crespo. Se for em um ônibus, é melhor sentar no meio e evitar as extremidades, que balançam mais. Em caso de crise durante a viagem, muita gente acha que abaixar a cabeça ou cheirar limão são medidas eficientes, mas os especialistas explicam que nada disso dá muito resultado – o melhor é parar o carro para a pessoa descer e respirar tranquilamente.
Em relação ao uso de remédios, o professor explica que o ideal é tomá-los sempre com orientação médica – além disso, não adianta se medicar antes de sair para viajar já que existe um período de latência para que o remédio entre na corrente sanguínea e faça efeito.
Segundo a nutricionista Melise Bisoffi, preparar uma água com folhas de hortelã um dia antes da viagem para levar também pode ajudar a evitar o enjoo.
Na hora de pegar a estrada, no entanto, é bom tomar alguns cuidados com a alimentação – alimentos leves, pouco gordurosos e que não precisam ficar sob refrigeração são as melhores opções, como explicou a nutricionista. Se a ideia for parar em um restaurante, o ideal é escolher verduras, saladas, um grelhado ou um assado e carboidrato em pequenas quantidades.
Já para aqueles que optam viajar de avião, um dos incômodos mais comuns é no ouvido – de acordo com o otorrinolaringologista Agrício Crespo, quando o avião sobe, a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e o ar no ouvido se expande, igualando a pressão do ouvido à do ambiente. Durante a descida, ocorre o contrário – conforme a altitude diminui, a pressão atmosférica aumenta e o volume de ar no ouvido diminui, gerando uma pressão negativa. Essa diferença de pressão é o que causa a dor de ouvido ou aquela sensação de ouvido tampado, principalmente nas crianças.
Se o avião estiver, por exemplo, a 11 mil metros de altitude, há menos oxigênio disponível e a umidade relativa do ar é mais baixa, o que facilita a desidratação e o ressecamento das vias respiratórias. Segundo o médico, para evitar esses desconfortos, a dica é evitar dormir na decolagem e no pouso, mastigar sempre algum alimento e, no caso das crianças, os pais devem sempre oferecer algum líquido.
Os médicos falaram também sobre as roupas adequadas para viajar – o ideal é optar sempre pelo mais confortável e evitar, por exemplo, sapatos novos ou calças muito apertadas. Na mala de mão, a dica é ter sempre uma troca de roupa e também um kit de medicamentos, como antialérgicos, antidiarreicos, antiácidos, para dor e febre, para náuseas e também soro para o nariz.
Por último, a infectologista Rosana Richtmann alertou sobre a importância de ter a carteira de vacinação atualizada, principalmente com as vacinas contra tétano, hepatite A e hepatite B.
Fonte: Bem Estar
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