Andar de pau-de-arara na caatinga da Paraíba. Jantar o cardápio da Família Imperial brasileira em Petrópolis (RJ). Acompanhar uma colheita de açaí em Belém do Pará. Cozinhar doce de leite em Bonito (MS). Seguir o passo-a-passo criativo das artesãs de palha de piaçaba em Mata de São João (BA). Participar de degustações de vinho às cegas em Bento Gonçalves (RS). Esqueça as cataratas do Iguaçu e o Cristo Redentor. A nova tendência do mercado de turismo é fazer o viajante mergulhar nos costumes e tradições de uma região.
Conhecido como Turismo de Experiência, esse novo nicho vai muito além dos circuitos tradicionais, que voltam para o mesmo hotel todos os dias e incluem uma lista de pontos de visita obrigatória para postar fotos nas redes sociais e a passagem por lojinhas de lembranças padronizadas. A ideia é estimular a vivência e o envolvimento com as comunidades locais e o aprendizado de novas atividades, como a produção própria de artesanato.
A tendência é bem conhecida no exterior, em especial em roteiros que misturam história e gastronomia. Em Portugal, os visitantes conhecem a produção de óleo de oliva. Na Itália, é possível caçar trufas brancas. Já o Peru oferece aulas de preparo de ceviche e pisco.
Crescimento no país
O Turismo de Experiência chegou com força ao Brasil há oito anos e, desde então, passou a abrir oportunidades de negócio para pequenas empresas dos mais distantes lugares do país. O conceito foi aplicado pela primeira vez em um projeto-piloto na região de vinhos do Rio Grande do Sul em 2006, organizado pelo Ministério do Turismo e pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Marca Brasil e o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Região da Uva e Vinho (RS). Com o sucesso nas vinícolas gaúchas, a iniciativa foi expandida para outras quatro regiões – a Costa do Descobrimento, Petrópolis, Belém e Bonito. Desde então, vem se difundindo por cidades de diferentes portes, do sertão ao cerrado, passando pelo litoral.
O país possui um amplo potencial para essa modalidade. As pessoas hoje buscam conhecer coisas novas, viver o lugar, participar e se envolver com atividades desenvolvidas pela comunidade local.
Fonte: Terra
Imagem: Bigstock by: Soloway